Até então eu conhecia apenas a minha avó materna, que morava em Jales e vinha a minha casa pelo menos duas vezes por ano. A cada visita, ela ficava conosco no mínimo, dois meses. Sinônimo de avó, a minha "vó Mariquinha" (seu nome era Maria Cândida)... Sempre me enchia de doces e carinhos.
Quando vi meu pai arrumando a mala para a viagem, cismei que ia junto e ele aceitou me levar.
Fiquei empolgada com a idéia de conhecer minha outra avó, Conceição. Pensava que ela seria igual a vó Mariquinha...
Quando cheguei a Araçatuba e conheci minha avó, senti medo... Ela era uma figura enorme e usava roupas pretas. Seus cabelos eram totalmente branquinhos e ralos e seus olhos, quase transparentes... Ainda bem que ela não pode ver a cena que se seguiu depois... Eu, grudada em meu pai, escondendo meu rosto em suas costelas.
Não teve jeito de me aproximar da minha avó. Sequer lhe dei um beijo!
O período que fiquei em Araçatuba foi um dos piores em minha vida. Tinha pesadelos todas as noites e chorava muito, querendo minha mãe.
Meu pai precisou antecipar o nosso retorno para Campinas.
Alguns meses depois, meu pai teve que ir as pressas à Araçatuba. Sua velha mãe havia morrido... Dessa vez, meu irmão foi com ele.

Vc tem um modo muito peculiar de escrever. Nos comove sem ser melodramática.
ResponderExcluirParabéns!