Amor no cinema

                                                    


     Acredito que aqueles dois não estavam predestinados a se encontrar...
     Ele, um jovem de dezoito anos com alma de um velho rabugento; sem paixão nenhuma pela vida ou vontade de ser feliz. Para ele, viver não fazia o menor sentido... Tudo em sua vida era desilusão. A unica  certeza que tinha em sua vida era que, só o que ninguém mais queria, lhe restava.
     Já teve vontade de ter um amor, mas por não acreditar no amor, havia desistido...
     Vivia trancado em seu pequeno mundo. De casa para o trabalho. O máximo a que se permitia era ir ao cinema, muito raramente. Gostava dos filmes de ação. Em sua imaginação, fingia ser e viver como um dos heróis dos filmes que assistia...
     Ela, uma jovem de vinte e um anos, que amava a vida. Vivia intensamente cada momento que a vida lhe apresentava. Estava sempre cercada por pessoas que a admirava. Nunca soube o que era solidão. E o amor, ah, o amor sempre se mostrava com a estampa de alguém diferente. Sempre pode fazer suas escolhas sem pressa e sempre escolhia o melhor.
     Era uma garota de muito charme e simpatia. Além de ser linda! Era a garota que mais chamava a atenção, onde quer que estivesse.
     Gostava muito de ir ao cinema e preferia as comédias românticas, até que um dia...
     Acompanhada por alguns amigos, resolveu assistir um filme de ação.
     Na fila do cinema, seu olhar se cruzou com os olhos de um garoto desconhecido. Ela jamais havia se sentido tão atraída assim por alguém. Não conseguia desviar seus olhos daquele garoto que nunca tinha visto antes.
     E ele, sequer percebia a atração que exercia sobre ela e, quem percebia, não entendia o porque...
     Por um desses acasos que o destino oferece, sentaram-se lado a lado. Durante um susto causado pelo filme, a mão dela segurou com força a dele, que aceitou aquela mão como sendo sua velha conhecida.
     E desde aquele dia, não se soltaram mais. E estão felizes!
     Quem conhece os dois não entende como duas pessoas tão diferentes podem ter tanto amor um pelo outro...
     Mas quem foi mesmo que disse que o amor é para ser compreendido?