Vieram de trem.
Eu não cabia em mim de tanta alegria. Os dias que eles passaram em casa foram inesquecíveis.
A Gilda tinha a mesma idade que eu e o Toninho era um pouco mais velho.
Imagine o que não virou a minha casa naquele final de ano... Três crianças ávidas por novas aventuras. Minha mãe e minha avó não tinham sossego...
Guardo com muita saudade, na lembrança, as artes daqueles dias, mas duas, entraram para a história...
Xixi na Cama
Minha prima, na hora de dormir ouviu de minha avó uma recomendação: - Vá ao banheiro para não fazer xixi na cama...
A Gilda foi sem dizer nada. Eu fui atrás dela e perguntei:
- Você faz xixi na cama?
- As vezes, respondeu.
- Por que?
- Acho gostoso. A cama fica quentinha...
E eu, que não tinha a menor lembrança de como era fazer xixi na cama, fiquei curiosa... Precisava experimentar a novidade.
Depois que me deitei e percebi que a casa estava em silêncio, pus em prática meu plano... Soltei todo o xixi que tinha guardado para aquele momento. É, a Gilda não havia mentido. Era mesmo quentinho... Quanto a parte de ser gostoso... Quando começou a esfriar, quem disse que eu conseguia dormir?
Levantei da cama e comecei a procurar um lençol para trocar minha cama. Fiz tanto barulho que minha mãe veio saber o que estava acontecendo... Me pegou virando o colchão. Precisei me explicar.
A punição foi a seguinte: - Lavar o lençol assim que acordasse... E colocar o colchão no sol, para secar.
Quase morri de vergonha...
Quase morri de vergonha...
Depois disso, xixi na cama, nunca mais!

Champagne
O Toninho, além de ser o mais velho, era bem mais "esperto" que Gilda e eu. Tinha grandes idéias o tempo todo. E nós duas, éramos sempre suas cúmplices...
Na tarde do Natal, depois de muitas negativas quanto a nossa vontade de tomar champagne (sidra, na verdade...) o Toninho decidiu pegar uma garrafa da geladeira sem que ninguém visse.
Pegou a garrafa escondido e levou para o fundo do quintal. Nós duas fomos atrás...
Ele abriu a garrafa e provou, no gargalo mesmo. Nós duas repetimos seu gesto. E fomos bebendo, só no gargalo... até acabar. Eu comecei a achar graça de tudo... Qualquer coisa era motivo para uma boa gargalhada... Estava bebada! Não me lembro se a Gilda ou o Toninho aprontaram alguma coisa, mas eu aprontei...
Ele abriu a garrafa e provou, no gargalo mesmo. Nós duas repetimos seu gesto. E fomos bebendo, só no gargalo... até acabar. Eu comecei a achar graça de tudo... Qualquer coisa era motivo para uma boa gargalhada... Estava bebada! Não me lembro se a Gilda ou o Toninho aprontaram alguma coisa, mas eu aprontei...
Fui na frente de casa, peguei a mangueira, abri a torneira e comecei a molhar todo mundo que via pela frente, dizendo:
- Olha a neve! Feliz Natal...
- Olha a neve! Feliz Natal...
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