segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O asilo.

     Meu pai tinha o hábito de, ao menos um domingo por mês, ir ao Lar dos Velhinhos. Sempre levava algumas roupas e muita conversa.
     Num desses domingos, cismei de ir com ele. Fiz tanta birra que ele concordou em me levar junto, não sem antes frisar que eu não iria me divertir nem um pouquinho...
     Ao chegar no asilo, achei o lugar muito triste; sem movimento, animação ou barulho. Não recebi atenção de quase ninguém... Apenas de uma velhinha, que cismou que eu era sua neta e queria a todo custo ganhar um beijo meu.  Depois disso, fiquei o tempo todo ao lado do meu pai, com um certo receio do lugar.
     Num certo momento, vi um anão bem velhinho, careca e com o chapéu na mão. Desatei a chorar e pedi para ir embora.
     Senti tanto medo daquele velhinho que, até hoje, nunca mais voltei lá.
                                                                                                              
     

3 comentários:

  1. Maria Raquel Fernandes....e ainda diz que não tem talento? Quando tiver então, Zélia Gatai que se cuide! Taí..., você lembra muito ela, e eu tô extremamente feliz e surpresa com você!
    Bjos Quelzinha...

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  2. Ah, Nane... Amigos sempre nos vêem (lêem) com os olhos do coração.

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  3. RAQUEL NÃO SABIA QUE TU TINHA ESTE TALENTO..PARABÉNS !! CONCORDO COM A MARIA RAQUEL TB ME LEMBROU ZÉLIA GATAI QUE ALIÁS EU ADORO. TUA NARRATIVA LEVE É DELICIOSA DE LER.. BJ

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